
A crise dos combustíveis e a pauta econômica
Texto de: Francisco Souza
A atual disparada do preço dos combustíveis no Brasil, após o movimento de alta no valor do petróleo e de descontrole cambial no país, é mais um dos fenômenos que vão para a série “Ciro Gomes avisou” de previsões acertadas sobre o descontrole institucional que vivemos.
Pelo menos desde 2016 Ciro Gomes palestra, debate, argumenta e argumenta mais um pouco sobre a centralidade da questão do câmbio no país, a necessidade de uma política de desenvolvimento do complexo industrial do petróleo e gás e da urgência de um resgate institucional da Petrobras.
Mais uma vez, o que Ciro vem dizendo tem tudo a ver com o momento atual. Caminhoneiros em todo o país estão revoltados com os sucessivos aumentos no diesel, e os protestos contribuem para mudar o foco da discussão política das questões morais e de segurança pública para a pauta econômica.
Movimentos dispersos em corretes de whatsapp e posts perdidos já espalham a narrativa de que o aumento dos combustíveis é uma consequência de anos de corrupção do PT, ou da alta carga tributária relacionada.
Ambos os motivos são facilmente desconstruídos. É o senso comum em sua pior espécie, repetidos apenas pelos candidatos fascistas ou por aqueles que não tem o que dizer. Há uma corrente que justifica a alta dos preços devido a variação abrupta do petróleo e do dólar, mas essa tese “meirellesista” também é inaplicável a um país com mais de R$ 20 trilhões em reservas naturais prospectadas, mais que autossuficiente.
No cenário político atual, o único desmontando ponto a ponto essas teses é Ciro Gomes.
Ele já nos disse que não faz sentido um país como o Brasil extrair petróleo bruto barato, exportar e importar gasolina refinada do Texas, juntamente com outros derivados de alto valor agregado, como polímeros e novos materiais.
Já nos disse que não faz sentido a política de compadrio da gestão atual da Petrobras, vendendo ativos e obtendo lucros de curtíssimo prazo para atender o lobby dos que possibilitaram a destituição de Dilma.
Também avisou que a verticalização da cadeia de produção de petróleo e gás tornaria o Brasil menos suscetível as variações do mercado internacional, além de equilibrar a nossa balança de pagamentos.
Ciro Gomes defendeu e defende a urgente conclusão das obras nas grandes refinarias brasileiras, paralisadas desde o início da chamada operação Lava Jato, para que além da autossuficiência em petróleo o Brasil possa ser autossuficiente em combustíveis, e, desta forma, praticar preços justos e competitivos.
Ele já nos alertou que o Brasil é o único país produtor de petróleo com preços absurdos em seus principais derivados, tais como gasolina e diesel, que são sentidos nos bolsos de todos os brasileiros.
É hora de darmos ênfase as ideias. Quando converso com meus amigos, deixo claro o problema e as soluções, sem dizer quem está propondo essas medidas. O reconhecimento posterior é automático quando as pessoas escutam Ciro dizendo justamente isso.
O outro lado apresenta apenas inconcretudes e argumentos sem sentido. Diminuir impostos sem fazer reforma fiscal? Vão cortar o PIS/Cofins, tributo responsável por parte das receitas da previdência que eles dizem estar quebrada? Para ficar mais quebrada ainda?
Diminuir o ICMS dos estados que já estão falidos para eles perderem uma das principais fontes de receita?
São ideias sem sentido e sem chances de resolverem o problema sem criar outro ainda maior.
Corrupção como justificativa? Uma empresa que já apresenta balancetes com lucros trimestrais crescentes não guarda relação alguma com o escândalo da lava jato para explicar a alta dos preços.
Para além da reindustrialização do setor, Ciro propõe mudanças imediatas na gestão da Petrobras, acabando com a atual política de preços que engorda os acionistas descompromissados com o país e prejudica o consumidor. A política de “América First” é uma aberração capitaneada por Parente e cia., que precisa ser interrompida imediatamente.
A capacidade de refino no Brasil está ociosa e neste ano registramos um aumento considerável nas importações de derivados dos Estados Unidos.
Mesmo sendo um movimento atualmente encabeçado por grupos que estavam ativos no impeachment, por razões diversas é a hora oportuna para apresentar as ideias que o Ciro tem para o setor.
Nenhum outro pré-candidato está propondo uma solução concreta, portanto é dever de todos os apoiadores e simpatizantes espalhar as ideias e ajudar o eleitor indeciso e neutro a entender o problema, e não apenas lamentar a situação!
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